top of page

Verãozão 2022

Verãozão, por Gabriela Saidon

Veraozao fue una experiencia comunitaria de intercambio, encuentro y motivación muy importante en estos tiempos. Tiempos donde hay que hacer un constante trabajo para que los cuerpos se despeguen de los miedos, para que el neoliberalismo y la idea de éxito no impregne y se apropie de todo. Tiempos post pandemia que nos hizo parar y preguntarnos varias cosas, puso en primer plano, no sólo el concepto, sino la práctica del cuidado, también nos reveló cierta esquizofrenia colectiva en la que se habita. Tiempos donde las tecnologías y las redes sociales abren muchas posibilidades y nuevos modos de trabajo y comunicación, pero también nos tiene dispersos, confundidos, lejos del contacto con lo real, la materia y con bastante ruido y sobreinformación. En Veraozao se abrieron lazos no solo de parcerias e intereses comunes, sino lazos amorosos, de amistad y es nuestra responsabilidad replicar eso, no dejar que sea una experiencia aislada. Como artistas, principalmente quienes vivimos en ciudades, acabamos teniendo que dialogar con un mercado que tiene tal nivel de protocolos, burocracias, formateos visuales, sonoros y psicológicos que nos dejan lejos de esa búsqueda que el arte y la vida misma pide. La experiencia comunitaria, donde la meditación, la alimentación, el pensamiento político, la conversación e intercambio, la música, la expresión plástica, la poesía y el encuentro, forman parte de una experiencia de vida. Estar en contacto, escuchar, prestar atención, cuidar y encontrarse en las similitudes y en las diferencias. Esto es revolucionario hoy. Vivir la experiencia. Viva o Veraozao: redes reales, afectos, habitar la pregunta, intuición, encuentro y crecimiento. Ya no estamos solxs, no nos permitamos estarlo.

Fotos analógicas, por Alexandre Furcolin

Daily life, by Christine Shields
 

Drawings and paintings, by Christine Shields and Powerpaola
 

Songs, by Hosam Omran, Pitter Rocha, Lou Pipa (Jeera), Gabriela Saidon, Vitor Wutzki and Bruno Iasi
 

Estamos cambiando, por Gabriela Saidon

Estamos cambiando

Nuevas caras nuevos cuerpos

Plasticidad reconfiguración

Buscando adentro y afuera

En lo viejo lo nuevo

La melancolía el porvenir

Y en el medio

Estamos 

Siendo cada vez

Es ahora

Is always now

Mi sangre

Mi sexo

Mi mugre

Lo q se ve

Lo q el otrx ve escucha

Lee

Traduce

Abrir los oídos

The river

Significados

Pesquisas

Acá fazem muitas pesquisas

Mais eu gosto do café da fazenda

Do pé de moleque

 

De subir na árvore

E ser napoleón

 

Veo ese adentro q me ensombrece

Lo dejo ser junto con la luz

Nada q demostrar

Ser sincera conmigo

Como quiero estar donde

Qué es mio

Y del otre, que todes estemos bien

Esa es la organización

El amor

Cuidado de sí

Cuidado del otrx

The riverGabriela Saidon with Vitor Wutzki and Bruno Iasi
00:00 / 03:28

Jeera, por Hosam Omran and Lorena Pipa

Jeera1.jpg

Jeera nasceu do encontro dos residentes Lorena Pipa (SP) e Hosam Omran (Jordânia), que, após participar de outras imersões, tornaram à fazenda para uma temporada na Casa Figueira, durante a qual gravaram e comporam canções do seu projeto JEERA. Aos dois, se somou o produtor musical Pitter Rocha, com quem colaboraram. A seguir, os três fizeram uma pequena turnê, onde se apresentaram em espaços independentes, como o "Bananal" em São Paulo.

Jardim do Colibri Maino’i, de Amanda Costa.

 

"Plantei lírio do brejo, papiro, manjericão, jambu.

Esse trabalho começou em 2022 na residência Verãozão e é uma colagem de poéticas tectônicas, uma sobreposição de camadas contextuais do plantationoceno - um dos nomes que alguns pensadores dão para o novo regime climático que vivemos, apontando suas origens para as monoculturas coloniais, quando se deu o primeiro desmatamento e exploração de pessoas, bichos e plantas como mercadorias, em escala mundial, que criaram as bases da acumulação de capital que impulsionou a indústria.

Na natureza idílica do jardim do Novo Mundo, no seio de uma fábrica rural (uma fazenda histórica de café), uma inscrição inspirada nos geoglifos amazônicos - estruturas gigantes e milenares de terra, tecnologia ancestral encontrada desde 1970 na Amazônia brasileira e boliviana, visíveis do céu graças ao desmatamento em grande escala que foi se expandindo do litoral até lá.

O canteiro da obra é um ceoglifo geoglífico: tem o formato da constelação indígena Maino’i [o espírito beija-flor do povo tupi-guarani], desenhado na terra com plantas de poder transplantadas do território.

Como um desenho misterioso, uma espécie de cruz bifurcada, eu usei o mesmo procedimento cartesiano do plantio em linha empregado no cafezal da Fazenda (uma tecnologia colonial, importada das primeiras plantations de café do Caribe). As três linhas do colibri são formadas por plantas com proximidade, criando um cruzamento torto de muretas verdes.

O jardim se torna uma espécie de notação territorial, uma pequena coleção de achados botânicos medicinais da Fazenda e da região. Como as cordas cheias de nós dos quipus andinos, que anotavam as produções agrícolas e contavam histórias, o quipu do colibri é uma escrita plantada no chão. 

Atravessada pelas formações constelares, que me ajudam a pensar por extremos desde fragmentos, vou enfrentando continuidades e vazios. Como um conjunto de tentativas de comunicação entre o céu e o chão, por meio de tecnologias ancestrais e contemporâneas, terra-googleterra."

bottom of page